top of page
notícias
leiam
Sobre a obra publicada
Certa vez li um artigo escrito pelo professor Walber Gonçalves de Souza, da PUCMINAS, sobre a forma como o conhecimento transforma a vida. O autor discutia sobre o século XXI ser considerado o “século do conhecimento” e como o acesso a este bem tinha se popularizado nos últimos anos, não só pela explosão da internet, quanto pelo acesso a outros meios como canais de televisão, publicação de livros, revistas científicas e genéricas, maior circulação de jornais impressos e digitais, abertura de universidades e de escolas nos recantos mais remotos e antes inacessíveis... Apesar disso, ele enfatiza que a humanidade parece viver em uma selva e não saber o que fazer com a informação acessada. Pensando nisso, começo a perceber que informação e conhecimento nem sempre marcharam juntos e isso se percebe nos mais variados campos da vida e do saber. Agora, em minhas mãos tenho uma obra muito rica em informação, escrita após um longo e cuidadoso processo apropriação e ressignificação do conhecimento e outra vez me pego pensando no artigo do professor Walber e em quanta sabedoria tem nas suas palavras ao afirmar que a informação só terá valor e importância se o conhecimento a ela agregado o transformar em um ser humano melhor. Concordo com tal afirmação e volto para o livro que ora tenho o orgulho de apresentar. Este livro é fruto, repito, de muita informação e conhecimento acessados e interpretados por uma pesquisadora comprometida com a causa que estuda, dedicada a promover o bem-estar social e sobretudo, uma profissional movida pelo ser (essência) e pelo saber (dom). Neste livro “Com os índios: Padre Alfredo Dâmaso, os Fulni-ô e as mobilizações indígenas no Nordeste” a professora e pesquisadora Deisiane Bezerra apresenta uma valorosa contribuição ao movimento indigenista brasileiro através da coleta, articulação, análise e publicização de informações selecionadas que usou para produzir o arcabouço da sua dissertação de Mestrado em História, pela Universidade Federal de Campina Grande e, nesse momento, presenteia o leitor com um profícuo conhecimento sobre a atuação do Padre Alfredo Pinto Dâmaso no processo de mobilizações indígenas. Afirmar que temos em mãos a informação transformada em conhecimento, implica reconhecer como a pesquisadora descreve a forma como o padre articulou seus saberes e fazeres, em uma ação mais política do que religiosa (inverso do que era de se esperar da sua condição de sacerdote) para articular o processo de reconhecimento étnico e prestar assistência oficial aos Carnijó/Fulni-ô, de Águas Belas, no interior de Pernambuco, entre as décadas de 1920 e 1950.
Deisiane da Silva Bezerra
bottom of page